
Uma passeata realizada na manhã desta sexta-feira relembrou uma manifestação de professores ocorrida há 20 anos em frente ao Palácio Iguaçu. Naquela ocasião, o protesto foi coibido com violência pela polícia, que usou cavalos, cassetetes e bombas. A intenção dos organizadores daquele protesto era negociar com o governo um reajuste salarial, o que não foi possível porque policiais da cavalaria agiram com truculência para tentar dispersar a multidão.

Com valor de R$ 950, o piso foi aprovado pelo Congresso em maio de 2008 e se transformou na Lei 11.738/08, sancionada pelo presidente da República em julho do ano passado. O piso beneficia aproximadamente 800 mil professores do ensino público infantil, fundamental e médio de escolas federais, estaduais e municipais. Em dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, em caráter liminar, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei movida pelos governadores de Mato Grosso do Sul, Ceará, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
A questão mais séria nesse caso é que os governantes desse país ainda não se deram conta que investir em educação alavanca uma série de setores, como o consumo, a saúde, a habitação, a segurança e a prática cidadã. Pessoas bem instruídas têm empregos melhores, salários maiores e, conseqüentemente, um poder de compra maior. Uma população com mais anos de estudo tende a cuidar melhor da saúde e a cometer menos crimes. A relação entre ensino e desenvolvimento está comprovada: educação gera desenvolvimento. Estados Unidos, Japão, Canadá e Coréia do Sul, por exemplo, têm em comum, além da força econômica e da melhor distribuição de renda, o investimento pesado na instrução de seus cidadãos. Investir, no caso dos países que têm a educação como meta, não é apenas uma questão de volume de dinheiro, mas principalmente de foco na qualidade do ensino, sua fiscalização e divulgação como valor.
Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), cada ano de estudo representa um acréscimo de 16% no rendimento mensal. Se a pessoa chega então a completar um curso superior, ela recebe, em média, salário 168% maior em comparação com os ganhos de quem não foi além do ensino médio, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Porém, a qualidade da educação brasileira é baixa. O Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), calculado pelo Instituto Paulo Montenegro, demonstra que quase um terço da população não consegue ler e compreender textos simples. O acesso à educação cresceu nos últimos 10 anos, mas sua qualidade caiu. O índice de repetência na primeira série de alunos da rede pública é de 32%. Dois terços dos estudantes de 14 anos estão abaixo da 8ª série, isto é, atrasados. Os maus resultados, claro, desestimulam muitos a seguir em frente.
Cristovam Buarque afirmou em entrevista concedida à imprensa, que não existe futuro sem educação. Vivemos a economia da educação, mas o futuro depende dela. Além disso, é importantíssimo lembrar que o Brasil é uma república e em uma república todos têm os mesmos direitos perante a lei, não existe isso de alguns terem educação de qualidade e outros estarem privados disso, a igualdade tem de prevalecer. Enfatizou também que inúmeros fatores estão atrelados à valorização e o Brasil ainda tem muito que melhorar. Para uma educação de qualidade é preciso cabeça, coração e bolso: professores bem formados, salários justos, escolas bem estruturadas, boas condições de aula e investimentos adequados na área.
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